domingo, 26 de julho de 2015


Aí há uns poucos de dias escrevi sobre férias (des)planeadas.
Em viagem, a coisa tende a complicar quando não sabemos com exactidão o que procuramos, quando vamos.

(engraçado escrevinhar sobre viagens quando em ouvindo “When in Rome” dos Penguin Cafe Orchestra - o que não ouvia há anos e me ocorreu hoje ouvir enquanto teclando no novo Lenovo que acabo de adquirir por forma a que as minhas vidas tantas não se misturem mais do que já andam imiscuídas - quando, já há muitos anos, tinha eu uns 14 ou 15, fiz um filme-imagem ao som deste cd, que era uma viagem, tão só uma viagem… coincidências)

Às vezes, proocuramos algo e encontramos outro algo que nos enche tanto que nos esquecemos do primeiro algo que nos tinha abocanhado naquele período de viagem – quem já se perdeu pela ilha das Flores, ou qualquer outra ilha de Vida, sabe perfeitamente do que estou escrevendo.

Estranho é (pelo menos para os que nos tentam parar ou perante os quais paramos, mesmo que sem dar por isso) quando não sabemos o que procuramos ou, mesmo sabendo (em ideia), não conhecemos, ou conhecemos, em tempos, mas deixámos de conhecer e de saber como explicar.

Basta imaginar - estamos indo, em direcção a “lá”, paramos o carro, abrimos a janela e:
-       Olhe, desculpe, boa tarde.
-       Boa tarde.
-       Podia informar-me como vou?
-       Como vai?
-       Sim. Como chego lá.
-       Como chega lá, onde, minha senhora?
-       Como assim, onde?
-       Sim, onde? Para a ajudar a chegar, ser-me-ia útil saber onde quer chegar…
-       Eu quero ir para .
-       Para
-       Sim. Senti que seria por aqui. Pode confirmar?
-       Se posso confirmar… Lá é lá. Pode descrever?
-       Descrever? Sei que é para que quero ir. Trago a minha bagagem toda. Trinta e nove anos dela, mais nove-a-caminho-dos-dez e mais sete-a-caminho-dos-oito, que me têm acompanhado a chegar. Não sei por onde vá, mas sei exactamente que é que quero chegar.
-       (coçando a cabeça…) Bom… siga em frente, então. Pode apanhar umas curvas pelo caminho, uma ou outra bifurcação onde terá de escolher um sentido, mas estou certo que há-de chegar…

Seguimos em frente.

Apanhamos curvas com as quais contávamos e outras, apelidadas de contracurvas, que nos surpreendem e nos obrigam a guinar o volante do caminho, encaixarmo-nos na faixa, porque temos medo das alturas e não gostamos sequer de imaginar o que nos aconteceria se, não contracurvando, nos precipitássemos fora da estrada, por ali abaixo, por ali abaixo; chegamos às bifurcações e apercebemo-nos que o “” pode já não ser o “” com que partimos e onde queremos chegar e viramos à direita, quando em todas as anteriores virámos sempre à esquerda, na esperança de, mudando o “” ou o caminho para o “”, não nos deixarmos entrar num remoínho de estradas, todas para o mesmo lado, porque arriscar a mudar de lado, como a palavra o diz, é um risco, mas se feito com convicção, ou porque descobrimos, entretanto, que seguir sempre o Sol - à vista, em cima - não significa que nunca encontremos a Lua, entretanto. Mesmo que, ela própria, em cima.

Os mais apaziguados perceberão que estou a falar de viagens; de férias (des)planeadas; de caminhos para ; de nada mais que isso.
Os mais atrevidos poderão achar que misturo ideias.

Para esses, porque aprecio alimentar, poderei encontrar aqui um mote. Um paralelismo com o “”. Apenas para que “” se agarrem, vou tentar encontrar forma de alimentar esta ideia (sem qualquer tipo de solidariedade em vista) dentro do sacalmente falando.

Ora bem….
Deixem cá ver…
Ir para

……………………………………………………………………………………………………………

Bom… não querendo influenciar ninguém e, muito menos, dirigir…
Imaginem o mundo. Por exemplo. Aquele que vos rodeia.
Por exemplo. Para onde caminham? Para onde pretendem caminhar, quando em nisso pensam?

Para onde? Não ouvi todas as respostas…
Ah. Ok. Portanto, a maioria do Mundo que vocês conhecem pretende caminhar para a Felicidade.
Digamos que é um ponto de chegada…
E onde é isso?
Como? Não sabem? Sabem às vezes?
Diria que estão perdidos, então. Portanto, esses vossos amigos, esse mundo que vos rodeia, quer ir para “”, mas não sabe por onde, nem sequer como descrever a um qualquer que os pare – no seu caminho – ou que eles fazem parar – no seu caminho.

Entendo.
Seguramente, entendo. Voltando aos Açores, uma vez queríamos encontrar uma lagoa em fogo que não sabíamos descrever e encontrámos um fogo que se espraiava pelas nuvens que sobrevoavam o carro, enquanto, em baixo, víamos, espaçadas, manchas de líquido feito água, reflectindo o que víamos no céu e, dei por mim, olhando para cima, encantada, enquanto que esperava, antes, ver meu olhar dirigido para baixo, para , para ela, a Lagoa do Fogo, que nunca vi, apenas no reflexo superior do meu olhar.

Portanto, sim: compreendo. Eu sei do que estão a falar.
Bom… digamos que (não) estaria à espera desse paralelismos de “lás”.

Vejamos o que posso fazer para ajudar.
Pode parecer um exemplo complexo, à primeira vista, mas, diria, talvez mais simples do que se possa imaginar. Talvez o mais simples de todos. Quase banal.

Se não, vejamos:
-       Todos a procuram
-       Ninguém a sabe descrever
-       Mesmo que, num determinado momento, alguém a descreva, de forma assertiva, sem qualquer sombra-núvem de dúvida, a probabilidade de a descrever, no exacto momento seguinte, de forma diferente é bastante elevada;
-       Tende a variar de forma mais rápida que a luz (e, consequentemente, que a sombra), quer dentro de um próprio corpo, quer entre corpos.

Portanto, tão simples e banal como isto. Diria, até, universal.

Eu atrever-me-ia, hoje, a todos os quantos que têm a quem sugerir algo sobre caminhos, o seguinte:
-       Olhe, desculpe, boa tarde.
-       Boa tarde.
-       Podia informar-me como vou?
-       Como vai?
-       Sim. Como chego .
-       Como chega , onde?
-       Como assim, onde?
-       Sim, onde? Para ajudar a chegar, ser-me-ia útil saber onde quer chegar…
-       Eu quero ir para . Hoje, tendo de descrever porque procurei uma mão para me guiar, terei de dizer – é onde, em cada minuto em que acordo, decido ser a melhor, para mim e para os que me estão próximos, sem necessariamente uma consequência entre um estado e outro, mas estando eles absolutamente consequentes, mas sem dar por isso, assim de forma naturalmente simples, como que acontecendo; é onde, em cada minuto em que acordo, olho para trás e vejo que estou cheia, houve o que custou, mas encheu de tal forma que transbordou porque cheio de plenitude, porque cheio de cheio, simplesmente cheio; , eu encontro-me e não deixo de ser como sou; só tenho de o encontrar (des)planeadamente… só para ser surpresa. Entende?
……………………………………………………………………………………………………………
-       (coçando a cabeça…) Bom… siga em frente, então. Pode apanhar umas curvas pelo caminho, uma ou outra bifurcação onde terá de escolher um sentido, mas estou certo que há-de chegar…

.

domingo, 19 de julho de 2015

Toda a verdade e não mais que a verdade


Por que razão mentimos?

Falando de verdadeiros, claro. Não contam os patológicos, os que o fazem quase sem saber, aqueles para quem uma mentirinha, daquelas quotidianas, pequeninas, sai sem custo, que nem cuspo escorre do canto da boca de velho que já não é.

Por Amor. Podemos mentir por amor. Tão verdadeiro é isto, como o é “podemos ser verdadeiros por amor”. Porque a vida se transforma, por vezes, em verdade, mas também acontece ela transformar-se em mentira e essa mentira consegue ser tão real que se transforma em verdadeira, porque a realidade é um dos reflexos de tantos olhos como os que se atrevem a olhar para ela e se olharmos para a vida-mentira com olhos verdadeiros, o que vemos é a vida-verdade. Tão certo, como o contrário pode acontecer. Se deixarmos que a vida-verdade, de tanto ter de o ser, nos deixe esquecer da razão porque os verdadeiros, por vezes, muito raramente (porque têm de atraiçoar os olhos, a boca, as mãos verdadeiras que constroem sempre o corpo de um verdadeiro), mentem. O Amor.

Por ser verdade que a realidade é um dos reflexos de tantos olhos como os que se atrevem a olhar para ela, há outra razão pela qual os verdadeiros mentem. Quando fecham os olhos para dentro e tudo se torna breu e já nenhuma luz incide na vida para que esta possa reflectir a realidade. Aí, não se distingue mentira de verdade porque, no escuro, principalmente se este for para dentro, a energia também se vai e, sem ela, não há luz; não ocorrem reflexão, absorção ou refracção.

Portanto…
Esqueci-me de onde queria chegar, ou entretanto fechei os olhos.
Mas abro-os já de seguida.
Prometo.
Toda a verdade e não mais que a verdade.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Férias (des)planeadas a mais do que 200%!!


Apesar de aparentar não, planeio as férias com muito cuidado.

Faço lista de coisas a levar, normalmente separadas por colunas “eu”, “nós”, “eles”, “higiene”, “a tratar antes de ir”.

Faço questão de tratar dos pendentes maiores que me pesam às vezes há meses, antes de me colocar “out of office”, mesmo sabendo que será apenas por uma semana, mas só pelo facto de “ir de férias”.

Desta feita, até um mapa (em papel) me resolvi a comprar. Não utilizaria (e não utilizei) dados para não me perder. Apenas o Sol, os transeuntes e um mapa em papel para me ajudar. À moda antiga. (Ninguém pergunte se me perdi ou não, por favor)

Destino: Viana do Castelo e etc.

Tudo mais que organizado, porque, pelo menos uma vez por ano, gosto de planear férias em regime de exclusividade com as minhas crias.

 
………………………………………………………………………………………………

 
Planeio que vou por 1 semana e, no regresso, afirmo que foram 3 meses, porque as férias devidamente (des)planeadas nunca se regem por ordinários calendários lunares.

Planeio abastecer o carro à saída de Lisboa com o depósito já a roçar o fundinho para usufruir ao máximo do desconto do Continente, mas deparo-me com o Multibanco fora de serviço e ponho apenas 10€ e paro para abastecer de novo passados poucos quilómetros e descontos zero.

Planeio sair em Matosinhos e seguir junto à costa, para Norte, mas aparece-me um enorme Porto de Pesca pela frente que me obriga a separar-me do mar e voltar à via rápida para sair para o destino planeado. (Era só olhar para o mapa, Rita!!! E não é propriamente um porto desconhecido!!!)

Parece-me uma boa ideia passar pelas piscinas de Leça da Palmeira, comer um peixe fresco e tomarmos o primeiro banho das férias por ali, mas está vento e frio, almoçamos num McDonald’s e ficamos uma horita ou pouco mais, bem agasalhados, frente ao mar, apenas a inspirar.

Penso em apanhar a auto-estrada lá para os lados de Vila do Conde, mas dou por mim em estradas não mapeadas, não indicadas e muito solitárias, acabo por questionar um ciclista e volto para trás após uns ainda bastantes teimosos quilómetros, para entrar na dita pouco abaixo da Praia do Mindelo.

Levo comigo o livro que estou a ler e mais um para aproveitar todos aqueles momentos em que “não tenho nada para fazer”; abro o livro na primeira noite, adormeço em cima dele após um par de linhas e não mais o abro e nem chego a ver o segundo.

Vejo o tempo que se fará sentir durante a semana antes de partir, verifico que está frio no primeiro dia pelo que agendo ida a Espanha em passeio, com casacos mais quentes, e passamos um dia com um calor enorme, não vestimos mais que t-shirts o dia todo, mesmo quando a noite cai e vamos para o parque infantil à beira Rio.

Resolvo-me a ter um primeiro jantar num dos restaurantes antigos famosos da cidade, passo pela entrada a agendar mesa para daí a uns minutos, regresso depois de uma volta pela Praça da República, preparo-me para escolher mesa e dou por mim a dizer. “eu peço imensa desculpa, isto nunca me aconteceu, mas acontece que o meu filho não suporta o cheiro do vosso restaurante, pelo que teremos de ir a outro. Lamento.”.

Marco uma aula privada de surf para os pimpolhos, mas chegamos e afinal é em conjunto com uma série de outros de uma colónia de férias e afinal é body-board, eles bem tentam, mas a nortada é de tal forma que se vêem pranchas a voar praia-sul; a M. sai mal põe um pé na água e diz-me: “Mãe. Há uma coisa que eu odeio que é não sentir o meu corpo”; J. pouco depois e explica: “Sabes, mãe. É que aqueles meninos não sabem que nós somos do Sul e que lá a água é mais quentinha e que nós não estamos habituados a isto.”

Decido que vou jantar a um restaurante mais barato na 2ª noite, passo por um, passo por outro, analiso ementas à porta, descarto-os e entro sem analisar no que me parece ser uma taberninha simpática e pago a refeição mais cara de todas as férias. Com um divinal leite creme de sobremesa, é um facto.

Planeio que vou subir ao Monte de Santa Luzia, descer e almoçar uma sopa rica de peixe na Praia Norte, e subo ao Monte, mas não me aproximo da beira, nem sequer vejo a vista, embrenhamo-nos pela mata de chinelos de praia e fatos-de-banho à procura de uma povoação romana por entre as silvas, encontramo-la, bem como a um casinhoto com toalhas do Noddy a secar, paro numa cafetaria para comermos um gelado e acabamos por, mesmo ali e depois do gelado, almoçar uma francezinha e dois cachorros.

Planeio passar pela cidade durante o dia para encontrar umas lembranças, mas todas as que me aparecem à frente levam ovos e são fresquinhas, do dia, e descubro que estou é com fome e vou almoçar de mãos a abanar e quando saio nem me ocorre voltar a procurar a não ser postais – que descubro ser objecto em vias de extinção -, mas, pelo menos esses e depois do velhote ter de ir ao refugo da loja, compro e com um desconto de não sei quantos, mas muitos, por cento.

Planeio que vou à praia para Norte e que depois sigo para tomar banho numa cascata na Serra, mas saio do hotel, volto atrás assim que as primeiras gotas tocam o pára-brisas para apanhar os impermeáveis, vou à praia para Sul, nem chego a usar os impermeáveis e rumo pelo vale do rio até à quinta e família sem me fazer avisar. Na verdade, tendo-me avisado para o dia seguinte.

Não me passa pela cabeça veranear e regresso com um bronze equivalente a 15 dias passados no Algarve.

Planeio tirar-nos uma foto em que se veja a Ponte Eiffel, ao fundo, em que se veja o funicular, em moldura, em que se veja a fachada da casa dos avós, em contraluz, em que se vejam caras sorridentes e menos sorridentes desenhadas em vidros de janela de zona piscatória e apenas aparecemos nós, despenteados, por vezes cortados, mas lá, contudo.

Planeio ir à feira e comprar algo tipicamente vianense, escolhido por eles, fofinho, pequenino, sem botões ou protuberâncias para que possam levar para as recém-nascidas e acabamos por trazer uns polvos em crochet. Very typical!

Planeio exclusividade e, no regresso, passo as fotos e vejo amigos de longa data, família e festas de aniversário.

Bato o record absoluto do (des)planeamento quando, 5ª feira, me decido a perguntar na recepção do hotel se há possibilidade de estender a minha estada até Sábado, o senhor consulta os registos, e me informa:
- Mas, minha senhora, a sua reserva já é até Sábado…
(esta, foi a primeira vez…)

 
………………………………………………………………………………………………

 
Apesar de aparentar não, (des)planeio as férias com muito cuidado.

E têm corrido divinalmente. Graças a nós. Claro.

(Até ver, ainda não nos falhámos aos planos e temos estado presentes. Até ver. Claro)
 

terça-feira, 14 de julho de 2015

À terceira é de vez


Brindemos?

Sim.

 
………………………………………………………………………………………………

 
Aí há uns tempos poucos, fui jantar com um amigo que não via aí há uns tempos muitos, com direito a uma mini antes do dito, bem como a uma outra depois do dito, o que despoletou a oportunidade de repetir como se sempre de um início se tratasse, o que (alguns) amigos fazem, principalmente quando não se vêem aí há uns tempos, quer sejam eles poucos ou muitos: um brinde.

“Brinde”, como muitas palavras da nossa mais-que-outras rica língua (permito-me dizer isto, porque, como dizem na nossa língua, a ignorância é uma atrevida), é palavra cheia. De acordo com o Priberam, na sua forma substantiva masculina, tanto pode ser “presente”, como “mimo”, como “acto de beber à saúde de alguém”.

De onde, levando o atrevimento um pouco além do que é portuguêsmente permitido (com ou sem acordo), podemos partir para:

Brinde é

prenda

dádiva

oferta

tempo actual

pessoa que assiste

delicadeza

meiguice

gesto carinhoso

grande qualidade

coisa bonita ou harmoniosa

actor que representa através de gestos

tchim-tchim

entre outros e isto sem sair da sua forma substantiva e masculina.
 

“À nossa.”

“À vida.”
 

Não. Nada disso. Quero:

 
“À felicidade.”
 

Minha prenda será a dádiva de felicidade, no tempo actual, junto a pessoa que assiste, inteira de meiguice e gestos carinhosos de grande qualidade, perante coisa bonita e harmoniosa, recebida das mãos de actor que representa através de gestos um tchim-tchim de sonido alto.

(o que, para os mais desatentos, em nossa língua substantiva masculina e bem atrevida, é o mesmo que dizer “meu brinde será o brinde de felicidade, no brinde, junto a brinde, inteira de brinde e brindes de brinde, perante brinde e brinde, recebida das mãos de brinde um brinde de sonido alto”).

 
………………………………………………………………………………………………

 
Às vezes, quando nos perguntam o que queremos de prenda, de brinde, não sabemos o que dizer. E trememos perante almejar aquilo que consideramos não estar preparados para alcançar. Por não merecermos, por não acreditarmos, por sermos uns péssimos gestores de expectativas.

Às vezes, sai-nos “um livro”, “à saúde”, “uma viagem”, “nada de especial”, “à nossa” e, mesmo quando num simples gesto como um brinde que, como todos saberão - apesar de não conseguirmos lá chegar pela utilização de um reles dicionário - nada mais é que um gesto, um toque de copos, um olhar nos olhos e um golo de boca cheia, gaguejamos e não somos capazes que nos saia fluido, escorregando como o líquido que vamos, no seguimento do gesto, engolir, um tão, mas tão simples

“À felicidade”.

 
À primeira, pelo menos.

Felizmente que, em português, “à terceira é de vez.” E deixamo-nos atrever à felicidade.