terça-feira, 5 de setembro de 2017

…pero que los hay los hay


Eles existem. Não creio (crendo neles) que tenhamos necessariamente de os matar.
Mas é fundamental aprendermos a viver-nos com eles.
É verdade que não estão sempre ali ao nosso lado. Mas é importante conhecê-los bem, sentirmo-nos à vontade para os tratar por “tu”, se possível até pelo seu próprio nome, para os momentos em que resolvam (re)aparecer.
Quando nos visitam, há que entabular conversa amena com eles. Perguntar se está tudo bem; qual a razão da sua visita; porquê o encontro naquela dia e, quiçá até, tão fora de horas; recordar sentimentos passados em conjunto; partilhar os vividos em separado. Pelo nome. Tu cá, tu lá.
Mas, acaso ele se engrandeça, não temer.
- Olha lá! Tens de ter a noção que, acaso eu resolva decidir-me a tal, dou-te uma traulitada tal que vais desta para melhor, entendes? Já o li, já o vi, já o ouvi e já o senti, pelo que sei exactamente como o fazer. Ah! E já o FIZ antes!!! Tu és um MEU fantasma!
Tentar apaziguar as hostes e, se atingido um entendimento comum, dar-lhe um beijo, um abraço forte de quebra-ossos
(ups, não encaixa aqui muito bem… mas é expressão a que já me habituei tanto que vai ficar mesmo),
atirar-lhe um “não gosto de ti, não, mas aprendi a viver-me contigo”, apagar a luz e continuar.

Não creio que tenhamos necessariamente de os matar. Mas podemos sempre fazê-lo. Isso sim.