quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

O que ela diz e em relação ao qual não tinha saudades...


Já por uma ou outra vez expus aqui, em formato de discurso directo, os meu príncipes.
Escrevo esta frase, desta forma, porque teria de a alterar caso não tivesse o entre vírgulas.
Seria tão mais que uma ou outra vez...
É certo que não o faço há muito. Mas tal não me deixa saudades.
Simplesmente porque

(cuidado! estou prestes a fazer uma revelação para a qual poderão não estar preparados! pode até ferir as susceptibilidades dos mais sensíveis! por favor, desliguem o ecran se não se sentirem preparados);

simplesmente porque:

A Vida não está toda aqui!!!!!!


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Posto isto, questionarão vocês, meus queridos sacais, então que estou eu aqui a fazer?

Posto isto, respondo-vos eu, meus queridos sacais, estou aqui para vos alertar que há princesas poetas e que, de onde esta saiu, muitas outras saíram mais.
Muitas mais sairão
(digo eu, em tom mais ousado).



M (claro!):
"Quando fores, não me dês beijinhos.
Quero achar que ainda aqui estás."

domingo, 4 de dezembro de 2016

Os mosaicos do chão da minha varanda


O chão da minha varanda são mosaicos quadrangulares, de cor pele, pequenos, com uns 5 por 5 centímetros cada.
A minha varanda não é enorme. Mas grande, principalmente considerando que a varanda anterior não existia.
Em cada 5 centímetros, num sentido e no sentido que lhe é imediatamente perpendicular, aparece uma junta.
Cada milímetro de cada uma dessas muitas juntas, sente o céu que se desaba, neste Sábado que ainda não é de Inverno e que se seguiu a alguns “ontens” em que o céu também desabou.
Os milímetros-junta são muitos. Como o que o céu lhes dá.

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Há chãos que não têm forma constante em dicionário ou manual de geometria. Cor de pele, também, mas mais dificilmente mensuráveis.
Não fazem corpos enormes, mas grandes o suficiente, mediante as anteriores existências, que foram tão grandes que temos de esperar suplantá-las.
O que os junta, não tem só um sentido e o que lhe é imediatamente perpendicular. Percorrem qualquer sentido. Ultrapassam os sentidos.
Cada infinitesimal fragmento das juntas que os constituem, sentem mundos que desabam depois de “ontens” em que vários mundos também desabaram.

São inúmeros, os fragmentos. Incontáveis. Como o céu.

São tantos, os pontinhos


O meu corpo tem tanto pontinho que nem os consigo contar.
Às vezes atrevo-me, feita bruta, e digo-lhos:
- Olhem lá! Vocês sabem que não existiriam sem mim, não sabem? Então não acham que têm uma enorme lata ao nunca me dizerem quantos, efectivamente, vocês são? Como esperam que eu vos trate como merecem, se não se dignam a deixar-me contá-los? E logo eu, que vocês já sabem que tenho tanto de inexacta, como de exacta e que preciso quantificar a todo o instante!!
Inútil. Não me contam nada, os estafermos. Deixam-se ficar todos bem juntinhos, contaminando-se, construindo-me, falando uns com os outros (eu bem os ouço, por vezes, em burburinho), a mandarem uns bitaites lançados quase que a despropósito, a más horas, zangam-se, contradizem-se e obrigam-me a passar para gestos aquilo que os possa satisfazer, aconchegar, serenar, mesmo que contrariando os pontinhos do lado.

É por tal, e não por outra razão, que quando os sinto em uníssono, concordando, a tão más horas que me acordam de sono que julgava profundo, tenho tanta dificuldade em encontrar os gestos suficientes que possa enviar para os sítios certos e transformar a dor que sinto sair por todos os pontinhos do meu corpo em algo que deixe de o ser.
Só porque não sei quantos são.