Em jovem (na verdade, eu era a mais nova), em aula de inglês, o tema
para discussão foi “forgive and forget”. Ao contrário de outros muitos temas e
convicções que se foram alterando nestes anos, não alterei (ainda?) o que então
discordei. Por sermos seres racionais, conseguimos, efectivamente, perdoar (os
cães, aqueles animais de que tanto gostamos e que teimam em nos serem fiéis,
não perdoam – simplesmente regressam). Aliás, até esquecemos ter perdoado. Por
sermos biológicos e com espaços no cérebro que nos ocupam mesmo não nos
apercebendo, não esquecemos, propriamente. À parte o “alemão”, infelizmente tão
conhecido de tantos (menos daqueles que realmente o vivem). Apenas não nos
recordamos com martírio. Deixa de nos aparecer em sonhos. Deixamos de palpar.
Porque, para perdoarmos, foi porque houve um percurso entre o momento em que
nos magoámos e aquele em que perdoámos. Se não tiver existido esse percurso,
apenas regressámos. Como o cão. E, tal como nos lembramos dO momento, também
lembramos o percurso. Para além do Amor. Esse não entra automaticamente aqui.
Perdoar não pode ser passe de mágica.
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